Relato do meu parto - Parte 1: Rio 2 em 3D

Nosso baby Oliver chegou no dia 19 de abril de 2015 e eu até demorei um pouco para escrever o relato do parto já que ele já está com 3 semanas completas. Inicialmente eu não estava pronta pra falar sobre o parto – não pq foi traumático. intenso sem duvida! – mas porque eu estava ainda me ajustando a esse pequenino ser humano totalmente dependente de mim, junto com a falta de sono, os desafios que tive nas 2 primeiras semanas e as mudanças hormonais e de rotina que como mãe de 1ª viagem tudo me era novidade.

Não quero esquecer nenhum detalhe então me perdoem se o relato terá informação demais e para não ficar um post gigantesco vou dividir em partes.  

Essa estória começou na noite da sexta-feira, dia 17 de abril: eu acordei perto da meia noite sentindo um liquido escorrendo e inexperiente como sou achei que era a bolsa que tinha estourado. Eu estava com 38 semanas e 4 dias de gestação e rezava bastante pra que o Baby (até então eu não sabia que era um menino) viesse logo pq eu já estava bem desconfortável por aqueles dias com o peso extra e a barriga tão grande que não me deixava dormir. Eu sabia que a partir de 37 semanas o baby já era considerando “full-term” e se entrasse em trabalho de parto a medica não tentaria segurar com medicação ou seria considerado prematuro. Sendo assim a minha torcida era para o parto ser antes da data esperada de 28 de abril mas sem intervenções tipo cesárea ou indução, que fosse quando o baby estivesse pronto para chegar.

Fiquei monitorando por algumas horas, o liquido continuava saindo (aos poucos, nunca foi um montão de liquido) e eu não sentia nenhuma contração. Umas 3 da manhã liguei para a maternidade e fui informada que teria que ser avaliado pessoalmente para poder confirmar ou não se era o liquido amniótico. Acordamos Mainha e fomos pra maternidade, que fica a 7 minutos de casa. Eu estava bem animada imaginando que o baby chegaria em breve, fiz um lanche rápido e até tiramos as últimas fotos “grávidos”:


Chegando no hospital (Credit Valley em Mississauga) fomos pra triagem e me colocaram no monitor de batimentos cardíacos do bebe e contrações. Eu continuava sem nenhuma contração e o teste que verifica se o liquido eh amniótico deu negativo. Alarme falso!!! Me orientaram ir pra casa e voltar quando as contrações começarem - a regra é 5-1-1: 5 minutos entre contrações, contrações de 1 minuto por no mínimo 1 hora – ou se de fato a bolsa romper.

Voltamos pra casa e poucas horas depois, já no sábado, o tampão (mucus plug) saiu e dessa vez ao menos eu sabia o que estava acontecendo com o meu corpo. Eu até falei pra Luciano: “nós vamos voltar pro hospital em breve”. A verdade é que muitas mulheres perdem o tampão semanas antes do parto e isso não é indicação de trabalho de parto iminente, mas eu tinha na minha cabeça que o baby chegaria em breve.

Dito e feito! Fomos dormir e algumas horas depois, dia 18, eu acordei com uma dor leve na barriga, que vinha e ia embora. Notai que tinha um ritmo eu deduzi que eram contrações, a dor era como era uma pressão dentro da barriga na parte de baixo, então liguei o app do celular pra marcar o tempo. Estavam bem espaçadas e durando pouco, mas eu já sentia doer quando e não consegui dormir bem. Quando levantei pra tomar café, as contrações viam e eu já não conseguia ficar sentada.

O meu plano era ter o estágio inicial do parto em casa, e só ir pro hospital quando a dor estivesse muito intensa. Assim eu poderia fazer as técnicas de relaxamento promovidas no curso de gestantes: ir pro chuveiro quente, ficar na banheira morna, usar a bola de pilates, etc. Porem no dia eu não aguentei ficar sentada na bola – parece que piorava a dor da contração - e só usei o chuveiro quente 1 vez.

Decidi caminhar devagar na esteira para ver se ajudava com o processo pois o tempo entre as contrações ainda não eram 5 minutos pra poder ir pro hospital. Caminhei por 15 minutos na esteira e depois do almoço, chamei Luciano e Mainha pra andar com Neve no parque (acho que era umas 3 da tarde). Eu já tinha dificuldade de andar sem ter que parar quando a contração vinha e me segurar no braço de um deles.  

No início da noite as contrações já estavam 6 a 7 minutos espaçadas e a dor se intensificou bastante. Como eu não queria ir pro hospital e ser mandada de volta novamente, mudei a minha estratégia de ficar ativa para relaxar sentada ou deitada se possível, e pedi pra vermos um filminho na teve. A escolha foi Rio 2 em 3D (não posso esquecer que eu estava tendo contrações usando óculos 3D na sala de casa hehehe).

Preciso dizer que não deu muito certo??! Menos de 30 min de filme eu já não prestava mais atenção nenhuma atenção, não tinha posição confortável e fui pro quarto com Luciano. Umas 10 da noite, as contrações estavam durando mais de 1 minuto na maioria e com intervalos de 4 a 6 minutos - a dor era já era bem forte.

As 11 decidimos ir pro hospital e naquele momento tudo que eu pensava era em algum medicamento ou anestesia pra passar a dor. Chegando na triagem, fui examinada e colocada no monitor. Baby estava bem, as contrações apareciam no monitor porem eu não tinha nenhuma dilatação – zero, nada, nadica!

Eu quase não acreditei que eu não tinha dilatação pq a dor já era intensa e na triagem eles não dao medicamento para minha infelicidade. A recomendação da enfermeira – aqui no Canada o atendimento é quase todo feito por enfermeiras especializadas em parto, o medico só aparece de vez em quando e na hora do bebe sair - foi andar nos corredores do hospital por 1 hora pra ver se teria progresso e assim eu poder ser admitida no centro de parto. A regra é que a gestante só é admitida no centro de parto depois de 3cm de dilatação.

A caminhada foi um tormento, eu já não raciocinava direito, gemia em cada contração e só pensava que eu queria que a dilatação viesse para me dar a tão desejada anestesia. Sim, nessa hora eu não tinha dúvidas que eu queria a epidural (ou peridural no Brasil) assim que eles me admitissem no quarto.

Quando voltei pra triagem depois de 1 hora, eu tinha progredido pra 1 cm. O que foi considerado um bom sinal pois o trabalho estava progredindo, mesmo que de forma lenta considerando as contrações intensas com 3 a 5 minutos de intervalo. Então mais uma vez a enfermeira pediu que eu andasse mais 1 hora nos corredores para reavaliar em seguida.  

Tive que aguentar a dor – era uma dor que aperta forte, muito forte, na barriga e coluna ao mesmo tempo e parecia que iria me abrir no meio, sem exagero! Essa caminhada foi um novamente uma agonia pois as contrações estavam muito próximas e fortes. Quando voltei o monitor captava contrações a cada 2 a 3 minutos e a dilatação foi “apenas” para 1.5 cm. A enfermeira então conversou com o médico plantonista e a indicação foi me admitir apesar da pouca dilatação. Graças a Deus a minha peridural estava próxima e o Baby também J




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